Ao ler sobre Fernando Mendes Vianna
por Anderson Braga Horta.
Quando morre um poeta,
morre com ele a necessidade da palavra.
Fez o café, sentou na mesa e escreveu.
Entre as linhas de uma quadra,
o último suspiro.
Silêncio e solidão, acompanhantes,
vigiam a hora do partir.
Intimidade com a palavra é
escrever todos os dias, prega.
Daí, pega a caneta ou digita,
desliza o dedo entre metáforas.
Quem eras tu, amante da palavra,
tão sozinho entre ternos e danças
com o verbo?
Quem foi teu amor,
quem foram teus filhos,
onde guardaste tua fortuna?
Quando morre um poeta,
morre com ele a necessidade da palavra.
Tom sobre tom de um silêncio
- que diz tudo -
necroarterial.