Sobre o autor




Olavo Barreto de Souza é professor de literatura e língua portuguesa. Possui graduação em Letras (língua portuguesa e literatura) pela Universidade Federal de Campina Grande. É especialista em Ciências da Linguagem com ênfase no ensino de língua portuguesa pela Universidade Federal da Paraíba; e em Literatura e Ensino pelo Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. É mestre em Literatura e Interculturalidade pela Universidade Estadual da Paraíba. Doutor em Letras na Universidade Federal da Paraíba.
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Literariamente, tem publicada uma coletânea de poemas intitulada Luzalma. Por duas vezes teve poema selecionado pelo Concurso Nacional Novos Poetas, da Vivara Editora Nacional. A primeira vez, no ano de 2013, o poema Versos da verdade foi laureado no certame, cuja publicação está em livro. A segunda foi em 2014 com o poema Musa poesia, no qual teve colocação geral no concurso com o 3º lugar. 


Testemunho

Escreve quando a musa lhe toca. Crê que a inspiração é um caminho de busca e de encontro. Ora se caminha e acha-se a Palavra, ora a Palavra acha o sujeito. Nesse caminhar, tão diverso, surgem os poemas, os escritos, e a voz de liberdade de uma linguagem que é maior que o homem. Crê que existe uma centelha do divino na escrita. E nisso está a máxima de eternidade da poesia. Crê que o erotismo é muito mais do que, comumente, se pensa. É ele a unidade das coisas. Crê que o feminino e o masculino operam em antonímia perfeita ao ponto de tudo ressurgir da possibilidade/impossibilidade de seu encontro. Crê que as igualdades são passageiras, as aparências efêmeras, a palavra falsa um simulacro de alimento que não alimenta. Crê na poesia, na música, na melodia das manhãs, tardes e noites em seus poemas. Crê que escrever é uma terapia para o alívio de suas tensões - o que faz, alguns de seus escritos, não todos, serem fenômenos de autoficção. 

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Suas predileções:
Deus: amor, amado e amente - algo que não há expressão poética que dê conta, nem na simbologia, nem na realidade expressa com palavras ou imagens. 
A família: a base, a compreensão, o amor sem trocas - o reclinar o braço, o ouvir o soluço no choro, na correção, na amizade.
A Igreja Católica: minha casa de formação onde aprendi a falar para além de mim.
A mulher: este ser tão lúcido de si, tão perfeito e tão cheiroso. O homem não tem beleza própria. Só uma mulher pode lhe oferecer brilho. Um homem sozinho nada vale: está perplexo na sua sombra de fortaleza falsa, cuja força é dúbia. Na oposição o homem brilha. Num paradoxo, a mulher é o sol que reflete a lua masculina. A mulher é quem atrai. O homem é conduzido.
Os amigos: só estes seres para nos suportar, nos amar, muitas vezes, e com razão, na busca pelo que podemos oferecer - seja uma palavra de força, uma correção, um ensino, ou apenas a presença da alegria. 
A literatura: essa amante, vulgívaga, na qual posso me deleitar ao meu bel prazer, sem remorso, sem usura, sem cobranças, sem juros. 
A docência: porque se eu não for professor, eu choro. Choro pelo que não pude contribuir para melhorar o mundo; pelo que vivi e não pude compartilhar para o crescimento dos demais; pelo estudante que fui, sou ou serei, mediante ao que não fui, não sou e nem serei de exemplo para meus aprendizes. 

E como tudo é simbólico, isso também é um sete, a perfeição.

Sete vezes amor e amado;
sete vezes ferido e curado;
sete vez sorrir e chorar;
sete vezes falar e calar;
sete vezes escrever e apagar;
sete vezes, por sete vezes,
abrir os olhos, fechar.