Uma fogueira que estala quando se consome;
uma torrente de águas que afoga a alma de luz;
uma ventania que arrasa o que está mal edificado;
uma chuva que transborda a proteção de um capuz;
um arrepio que torce a espinha em plena madrugada:
assim, e muito mais, é a Tua Palavra no meu horizonte,
essa ponte, esse pórtico, essa escada.
Essa Palavra tão forte de amor e de cruz
cruza sobre os montes a verdade chegada
negando, ainda, a minha turva visão,
o meu não para a vida santa, as mãos postas:
ora levantando o outro, ora centradas.
Mas ainda o fulgor dessa Palavra Santa é tão forte,
tão longo e tão celestial em seu estabelecimento
que por tantos momentos fico cego, surdo e mudo,
caio em sono profundo e chego a esquecê-la...
Mas como num sonho,
vem este professor com Ela na mão:
Santo Antônio, São Domingos de Gusmão,
São Tomás, Santo Inácio de Antioquia,
São João da Cruz, São Luiz Maria
apontando o caminho certo,
a luz da alma, a plena guia.
Acordo: volto ao que sou, ao que professo,
e em claridade volto a adormecer,
a sonhar o sonho dos justos,
a cantar o salmo do alvorecer,
a celebrar o sempiterno
para eu nunca me esquecer:
o Supremo Amor da minha vida.
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