domingo, 9 de setembro de 2012

Depois de ouvi-la pela última vez



Dedo a dedo, nós fomos nos afastando nesta fria madrugada.
Nossos corpos, tão esplêndidos... não possuem a clareza das nossas antigas manhãs.
Nossas tardes, mutáveis... passam de segundo em segundo procurando os caminhos convexos da indiferença.
Ganhamos ignorâncias que apartam nosso coração com um mortífero fel.
O silêncio se tornou a música desesperada de uma respiração de ofegante inconformismo.
Sem direção, eu tomei o caminho do sul, e você tomou norte. Novas vibrações...
As músicas fúnebres são o acalanto daquilo que era doce e terno.
O inverno é a estação da minha nova qualidade, viver e sonhar depressão.
Triste verbo que tenta presumir e acaba desfeito, do pretérito subjuntivo imperfeito.

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