Ninguém passa nas nossas vidas sem deixar sua marca. Todos nós somos marcados pela personalidade de alguém, seja de forma direta, pelo contato diário, pelas conversas corriqueiras, os bons dias apressados, os desentendimentos e as pequenas confraternizações; ou pelo contato indireto, a influência de alguém da mídia, ideólogos, pessoas distantes à nossa realidade material...
Seja
de uma forma ou de outra, essas pessoas cumprem o papel de atuar no teatro da vida,
deixando em nós sua impressão digital. É interessante observar que isso é
cíclico. Nós também estamos deixando nossas marcas na vida de outrem. Esse
aspecto da vida em sociedade é sublime, pois nos formamos como seres humanos
dotados de qualidade, não de forma separada, mas em construção
comunitária. Eu me construo, e comigo, construo o mundo matizando as cores que
permeiam nossa realidade.
A
chegada do fim do ano é a maior festa de nossas culturas, seja ela ocidental ou
não. O “réveillon” é um ato celebrativo onde mais um ciclo se completa, o nosso
trabalho de marcar vidas completa mais uma etapa. Para uns, será a conclusão de
um trabalho que durou a vida inteira, e para outros mais, será o começo de um
trabalho cansativo, duradouro e gratificante. Nessa nossa labuta, marcamos uns
com mais intensidade e outros com menos, e assim, sofremos pelas duas vias, mas
esse sofrer nem sempre é ruim, nós é que não nos acostumamos com a face branda
do sofrimento deixando perpassar a sua face negra.
Seja
como for, devemos apenas viver e deixar nossas marcas por aqui, pois quem
não está fazendo isso, simplesmente não vive, porque manchar o quadro da
existência com os nossos dedos para misturar as cores do cotidiano é a coisa mais produtiva
que podemos fazer nesse estágio evolutivo para a outra margem, por nós não
conhecida. E até lá: mais um ano novo, mais um “réveillon”, mas uma etapa
concluída, porém, não conclusa.
Texto produzido na véspera do final de 2011.
Texto produzido na véspera do final de 2011.
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